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Em fevereiro de 2023, cerca de 78% das famílias brasileiras estavam endividadas, segundo um levantamento feito pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). Ter educação financeira nas escolas desde cedo é uma forma de evitar situações de desequilíbrio nas finanças e a repetição de estatísticas como essas.
O acesso à educação financeira nas escolas desde cedo é superimportante, pois auxilia a forma como enxergamos as despesas do dia a dia. Além disso, aprender como investir é essencial para entender o valor do dinheiro. Isso pode ajudar as crianças e adolescentes a traçar projeções mais reais e sustentáveis para o futuro.
Afinal, é na infância que temos o primeiro contato com o que significa comprar e gastar, além de ser quando começamos a entender o valor das coisas.
Com o intuito de auxiliar as escolas nessa missão de implementar a educação financeira, descrevemos neste artigo tudo o que você precisa saber para incluir o tema na sala de aula, do Ensino Infantil ao Ensino Médio. Continue a leitura!
Por que é tão valioso ter educação financeira nas escolas?
Conforme mencionamos anteriormente, situações como endividamento podem ser reduzidas se a educação financeira for trabalhada desde a infância. Ela possibilita que as crianças entendam a necessidade da autonomia, da autorresponsabilidade e da consciência econômica.
Tarefas simples do dia a dia (conferir o troco da padaria, por exemplo) incentivam os mais novos a praticarem habilidades matemáticas e comunicativas (caso tenham que devolver ou pedir o troco, entre outras possibilidades).
É importante lembrar que desde 2020 essa disciplina faz parte do currículo escolar, mas esse assunto ainda pode ser novo para alguns professores e alunos. Para o professor de Administração Financeira na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Antônio Dias Pereira, as crianças e adolescentes possuem pouco conhecimento em educação financeira atualmente.
“Esse público, em geral, não dispõe de uma compreensão clara a respeito de investimentos e tampouco sabe como o próprio dinheiro é obtido”, conta Pereira.
Durante o projeto de pesquisa e extensão Educação Financeira para Todos, o professor chegou à conclusão de que há dois principais pontos que interferem na falta de habilidade desse assunto:
1 – Crianças e adolescentes não tratam desses assuntos no cotidiano em família, e é comum que os pais também não lidem muito bem com as finanças.
2 – Existe uma formação financeira limitada na maioria das escolas, do Ensino Fundamental ao Médio.
A falta de transparência e o pouco conhecimento dos próprios educadores acerca do tema também são sintomas da ausência da educação financeira no ensino regular.
É importantíssimo o papel das famílias no ensinamento básico sobre as contas de casa necessárias para a sobrevivência, por exemplo. Porém, a escola pode ampliar isso, com lições pedagógicas direcionadas a investimentos financeiros específicos.
Como fazer a implementação da educação financeira na sua escola?
Ao contrário do que se pensa, esse assunto é interdisciplinar. Podemos falar de educação financeira até mesmo em história ou geografia, abordando temas que vão além da matemática e das contas.
Mas para isso, é necessário ter ferramentas e profissionais capacitados em sala de aula. É hora de entender em detalhes os três fatores essenciais para implementar o ensino desse tema na sua escola. Veja só:
1) Foco na formação dos professores
É muito importante capacitar os professores para que eles façam essa abordagem em sala de aula e saibam conectar a educação financeira com o que já vai ser lecionado no dia a dia.
A fim de auxiliar nessa formação, podem ser organizadas palestras, cursos e oficinas que estimulem o aprendizado sobre educação financeira. Dê uma aula geral ou então direcione às disciplinas específicas, como matemática, história e geografia.
Essas são algumas sugestões de temas que podem ser conectados com a educação financeira:
- Geopolítica: relações monetárias entre países, relações econômicas internacionais, bolsa de valores.
- História: surgimento do capitalismo e do sistema político-monetário de agora e de antes.
- Matemática: juros simples e compostos, poupança e economia.
- Filosofia, ética e sociologia: direitos do consumidor (de forma simplificada), endividamento, concentração de renda e impactos sociais da desigualdade.
Para inserir na grade curricular uma disciplina própria sobre educação financeira, vale a pena incluir, no cronograma de planejamento pedagógico, um treinamento para o profissional que for aplicá-la.
2) Livros didáticos que abordam a temática
O que facilita bastante a implementação é contar com materiais que já falam do assunto. A melhor parte é que, nos livros da Conquista, os professores encontram ideias e temas para debater, com os alunos, sobre investimento e economia.
A nossa solução tem a educação financeira como um dos pilares mais importantes. Portanto, do Ensino Infantil ao Médio elaboramos nossos materiais já relacionando as disciplinas com esse conteúdo.
No Ensino Infantil, nossos materiais incentivam os professores a começarem a falar da temática e, assim, criar a base para os próximos anos, quando a educação financeira se torna uma disciplina específica. Os nossos personagens, relacionados à cinco competências socioemocionais, também auxiliam no aprendizado de temáticas econômicas.
No Ensino Fundamental – Anos Iniciais e Finais, os alunos de escolas que contam com a solução Conquista têm acesso a disciplinas com materiais especializados sobre empreendedorismo e educação financeira.
A temática se faz presente também no Ensino Médio, por meio da disciplina Projeto de Vida, que ganha um espaço específico na grade curricular.
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3) Planejamento e gamificação
É muito importante que o professor tenha tempo para fazer um planejamento adequado e também para pensar em dinâmicas sobre educação financeira. Então, incentive a criação de um cronograma específico sobre esse tema, para que eles consigam conciliar o assunto com as matérias regulares.
Uma ótima forma de fazer isso é inserindo jogos e dinâmicas interativas que tornem o ensino mais lúdico e próximo.
Incentivando a educação financeira do Ensino Infantil ao Ensino Médio
Ensinar sobre investimento para crianças pode parecer exagerado para quem vê de fora, não é mesmo?
Contudo, muitas famílias optam por criar poupanças no nome dos mais novos, com o intuito de assegurar um futuro de sucesso para eles. Outras incentivam o hábito de economizar por meio de um cofrinho, no qual algumas moedas e notas de valor menor são depositadas como forma de introdução básica sobre o que é investir.
Em conclusão, essas são oportunidades perfeitas de ensiná-los sobre investimentos simples – antes de pensar em bolsa de valores ou tesouro direto, por exemplo.
Investimento para crianças: por onde começar?
Nesse caso, o mais importante é o básico, para que que as crianças entendam o papel do dinheiro no dia a dia. Elas precisam saber de onde o dinheiro vem e para onde ele vai, ou seja, quais são as fontes de ganho e de uso dos recursos.
Temos um artigo completo sobre o assunto, especificando a relevância da educação financeira e dando dicas de como ensiná-la para os alunos do Ensino Infantil. Clique e leia agora: Educação financeira para crianças: como trabalhar o tema em casa e na escola.
No Ensino Fundamental – Anos Iniciais, as crianças já começam a identificar com mais facilidade alguns conceitos que foram introduzidos de forma básica na primeira infância. Nessa idade, portanto, elas podem ter disciplinas direcionadas sobre o assunto, tratando do tema de forma prática e lúdica.
Educação financeira para adolescentes do Ensino Fundamental – Anos Finais
Esse é o período em que os alunos começam a pensar na construção de um futuro e passam a entender os próprios desejos. Além da exploração prática do valor do dinheiro, aqui se descobrem os frutos de um investimento bem-feito: tanto para o presente quanto para o futuro.
Atividades como organização conjunta de gincanas para arrecadar fundos destinados a uma comemoração de fim de ano, por exemplo, são formas de trabalhar a educação financeira, o empreendedorismo e o trabalho em equipe.
Educação financeira no Ensino Médio: planejando o futuro
Independência e autorresponsabilidade são as palavras que definem esse período escolar. É aqui que trabalhamos os planejamentos e as perspectivas de futuro a curto, médio e longo prazo.
Podemos também inserir conceitos mais complexos, como os diferentes tipos de investimento: em produtos de renda fixa, em fundos imobiliários, em ações da bolsa de valores etc.
Planos de maior extensão (a organização de uma formatura no terceiro ano e a eleição de um comitê de formatura ou de um coletivo, por exemplo) também estão relacionados, na prática, com a educação financeira.
No projeto de vida oferecido pela solução Conquista, também é possível colocar no papel investimentos intelectuais e econômicos, que os jovens precisarão fazer para alcançar determinadas metas, como cursar medicina em uma universidade pública ou então começar um negócio digital.
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