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Desde 2020, a Educação Financeira é um assunto que faz parte da vida escolar de crianças e adolescentes, pois a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabeleceu que esse é um direito de todos os estudantes da Educação Básica. Como parte dos pilares da Conquista, esse dia precisa ser lembrado. Pensando nisso, apresentamos a seguir algumas dicas de como famílias e escolas podem tratar do assunto.
O que é educação financeira?
Antes de entender como trabalhar a educação financeira com as crianças, precisamos saber de que trata esse assunto. Podemos definir a educação financeira como uma área que tem o propósito de auxiliar as pessoas nas escolhas de consumo sustentável, decisões de investimentos, prevenção de situações problemáticas, avaliação de necessidade e desejo de consumo, criação de uma poupança. Ela pode ser entendida como um conjunto de habilidades que orientam a tomada de decisões.
Fernando Vargas, coordenador pedagógico da Conquista e especialista no tema, destaca que “o objetivo da educação financeira não é guardar ou ganhar muito dinheiro, muito menos alimentar princípios distorcidos, como ter dinheiro a qualquer custo, e sim desenvolver práticas sociais saudáveis. A educação financeira vem de encontro ao projeto de vida, para que a criança e o adolescente possam aprender sobre criatividade, empreendedorismo, o processo de mediação sociocultural e social, proporcionando a iniciação científica”.
Como um pilar da Solução Educacional e parte da BNCC, esse tema começa a ser tratado desde a Educação Infantil nas escolas parceiras da Conquista. Mas vamos falar sobre isso mais adiante neste texto.
A importância da educação financeira
Uma pesquisa da Serasa/Opinion Box aponta que, embora 85% dos pais ensinem aos filhos como é importante saber lidar com o dinheiro, 67% deles admitem que já tiveram o nome sujo e 66%, que já deixaram contas em atraso.
Cerca de 50% dos pais e mães disseram que fazem um planejamento financeiro com frequência, comparando gastos e renda.
Para Fernando, esse tipo de comportamento não decorre da falta de conhecimento ou responsabilidade, mas tem raízes mais profundas. O especialista lembra, por exemplo, que boa parte da geração atual de pais e mães cresceu nos anos de 1970 e 1980, época de instabilidade econômica no país. “Desde a Independência do Brasil, em 1822, tivemos nove moedas diferentes. Essa geração vem de um contexto de hiperinflação e de moedas que se desvalorizavam e eram trocadas de tempos em tempos. Isso, em muitos casos, não permitiu que desenvolvessem o pensamento de um projeto de vida de curto, médio e longo prazo”, explica. Na vida adulta, essas pessoas precisam aprender a lidar com as próprias finanças, o que nem sempre é simples.
Como a família pode ensinar sobre educação financeira?
Já foi comprovado por pesquisas que as crianças aprendem muito por meio do exemplo e da prática dos conhecimentos que são passados a elas. O coordenador pedagógico da Conquista afirma que com o dinheiro não é diferente. “A educação financeira é uma prática social para o desenvolvimento do ser humano e não se restringe apenas à escola”, diz.
O exemplo se dá na prática, e pode ser observado pelas crianças desde muito cedo. Conforme cada faixa etária, os pais ou familiares podem envolver os filhos nas conversas e decisões da família, tornando-os protagonistas e não apenas espectadores do assunto.
Como transformar isso em práticas? Confira algumas dicas:
Cofrinho das boas ações
O tema é comumente relacionado a uma semanada ou mesada que a criança venha a receber no futuro, ou seja, associado ao dinheiro propriamente dito. Mas a Educação Financeira é muito mais ampla que isso.
A atividade do cofrinho das boas ações pode ser feita com crianças pequenas, a partir dos 3 anos.
Com o cofrinho, as crianças vão trabalhar atitudes de cooperação, solidariedade, organização e consumo consciente. A atividade consiste em, com a criança, criar moedas, personalizando atitudes que a família considera importante. Quando a criança fizer uma boa ação, deve guardar a moeda correspondente no cofrinho. Ao final de um período, como uma semana ou 15 dias, a família esvazia o cofrinho e relembra as boas ações que estavam ali guardadas. Para comemorar, pode-se oferecer uma brincadeira ou um passeio diferente, que não envolvam prêmios materiais, uma vez que a ideia da proposta é a criança valorizar atitudes positivas.
Com o passar do tempo e o desenvolvimento da criança, o cofrinho pode ser usado para guardar moedas e cédulas de dinheiro. Para essa fase, Fernando usa o exemplo da conta de água. Os pais podem explicar para a criança que a conta veio alta e combinar uma forma de economizar nos próximos meses. “Essa economia pode entrar no cofrinho das boas ações. Com esse dinheiro, a família pode ir ao parque, planejar uma viagem”, destaca.
O coordenador ainda ressalta que essas atividades não envolvem barganha ou moedas de trocas, mas são uma forma de materializar a educação financeira, ensinando à criança que o dinheiro não nasce em árvore.
Responsabilidade com as tarefas da casa
Crianças maiores e adolescentes podem assumir algumas tarefas em casa e ser remuneradas por elas. Esse exercício ensina o valor do trabalho. O adolescente se torna protagonista de suas ações e decisões e aprende a diferença entre preço e valor. Mas, mais uma vez, essa recompensa não pode se tornar uma barganha entre pais e filhos.
Mesada
Outra dica para aplicar em casa é a mesada. A partir dos seis anos de idade, as crianças podem começar a receber um valor semanal ou mensal. Para saber mais clique aqui e leia um texto sobre o assunto.
Por que trabalhar esse tema na escola?
Em paralelo com os exemplos e atividades em família, a escola também vai trabalhar a educação financeira, tema transversal proposto pela BNCC. Isso significa que todos os componentes curriculares precisam, de alguma forma, abordar conceitos e práticas relacionados à educação financeira.
A Conquista tem pilares e, entre eles, a educação financeira, os quais preparam o aluno para a vida adulta, independentemente da carreira ou curso que ele seguir. Em conjunto com o pilar empreendedorismo, o material convida os alunos a serem autônomos e independentes, identificando as oportunidades para serem protagonistas em sua história profissional.
Com os livros de gestão financeira, os alunos se tornam aptos a fazer boas escolhas financeiras e de gestão pessoal, familiar e de recursos no futuro.
“Por meio das atividades propostas, oportunizamos aos alunos e a suas famílias que percebam a diferença entre aquilo que querem e aquilo de que precisam. Entre uma atividade e outra, percebemos o quanto a criança vai estabelecendo sua relação com o consumo e o quanto a escola e a família vão encontrando diferentes formas de enxergar mais além, com um novo olhar para o próximo e o devido cuidado com aqueles que precisam resgatar todos os seus direitos de infância”, conclui o coordenador pedagógico.
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