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Para muitas escolas, 2021 marca o início da transição para o Novo Ensino Médio. Isso porque, em 2022, algumas das medidas propostas pelo Ministério da Educação já precisam estar valendo. Contudo, entender o que mudou e como a atualização deve ser feita pode ser desafiador para as instituições. É provável que as mudanças e o porquê delas estarem acontecendo não tenham ficado claro. Por isso, antes de mais nada, é importante entender o cenário que originou o Novo Ensino Médio.
Para que você e sua escola entendam, definitivamente, o que há de novo e, então, possam partir para a ação, é preciso contextualizar a origem desse novo formato.
O que mudou antes do Novo Ensino Médio
O Novo Ensino Médio é a maior mudança na educação nos últimos 20 anos. Nesse meio tempo, quantas coisas passaram por transformações?
A época
O período que vivemos agora é diretamente influenciado pela transformação digital. Reflita sobre como era a sua rotina ou a de seus pais há 20 anos e como é agora. O modo de se comunicar, consumir informação, tirar dúvidas sobre temas técnicos e específicos é absolutamente diferente.
As consequências dessas modificações vão do micro ao macro: o ser humano passa a ter novos hábitos, novos padrões de pensamento e novas necessidades. Da mesma forma, a sociedade caminha nesse sentido e renova seus padrões de comportamento, crenças e acordos coletivos, formas de serviços e negócios.
Os estudantes
As crianças e os jovens que estão hoje na escola nasceram nesse novo período. Para eles, o mundo digital não é uma transformação, mas, sim, a realidade. Eles fazem parte da Geração Z, ou Centennials, a geração que não conhece o mundo sem internet.
Quem não nasceu na era da internet é capaz de se comunicar via WhatsApp, assistir a um vídeo no YouTube ou fazer uma videochamada, mas pessoas da Geração Z vão além.
Eles são pragmáticos, ágeis e fazem conexões com excelência: entre o mundo físico e o digital, entre o que se aprendem em casa e na escola, entre a realidade em que vivem e suas próprias habilidades, entre as necessidades do mundo e o que eles podem fazer para solucioná-las.
Já deu para entender que esses estudantes pedem um novo formato de educação, certo? Além disso, alguns dados alertam para a necessidade de adotar uma estratégia de ensino mais eficaz para todos os alunos:
- Desde 2013 o Brasil não atinge a meta para o Ensino Médio no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb);
- 40,8% dos jovens não concluem o Ensino Médio até os 19 anos;
- E, entre os que se formam até essa idade, muitos não desenvolvem aprendizagem adequada em conteúdos essenciais, como português e matemática.
O mundo
A globalização ajudou a conectar realidades e a fazer com que diferentes ideias circulassem ainda mais pelo mundo todo. São aprendizados que transformaram o presente e, eventualmente, podem influenciar o futuro. Novas habilidades são exigidas para a vida em sociedade e para o mercado de trabalho.
O que mudou na estrutura do Novo Ensino Médio
O modelo proposto para o Novo Ensino Médio traz agora uma integração de três partes:
Formação básica
Esta parte do currículo terá os conteúdos comuns a todos os estudantes. Eles são determinados pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e correspondem a, no máximo, 1 800 horas (60% do currículo).
Aqui estão conteúdos de quatro grandes áreas de conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e, por fim, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
Itinerários formativos
Correspondente a 40% do currículo (1 200 horas), os itinerários formativos são a parte flexível que cada escola ou sistema de ensino pode organizar do seu jeito.
A proposta é que, ao estudar esses conteúdos, o aluno aprofunde conhecimentos adquiridos na Formação Geral Básica.
Os estudantes poderão escolher um ou mais itinerários, de acordo com seus interesses. Para isso, é necessário que o aluno desenvolva uma visão sobre seu papel na sociedade e reflita sobre o caminho que quer seguir.
E é por isso que existe um pilar essencial na jornada dos alunos no Novo Ensino Médio: o Projeto de vida.
Projeto de vida
Esta parte da formação começa já nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. O Projeto de vida propõe que o aluno reflita, enquanto aprende, sobre como o conhecimento adquirido pode impactar na sua formação como indivíduo.
Dessa forma, ele sairá da escola com habilidades emocionais e sociais que o ajudarão a superar desafios, além de conseguir escolher seu caminho no futuro com mais coerência e autoconfiança.
A ideia é que, com a implementação completa do Novo Ensino Médio, a carga horária para essa fase seja de 3 000 horas. Isso vai acontecer gradualmente. Até 2022, as escolas já devem ampliar a jornada para 1 000 horas/ano.
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