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O Novo Ensino Médio é uma das maiores mudanças da educação nos últimos 20 anos. Por isso, é cheio de detalhes e sua implementação pode ser um tanto quanto confusa para muitos professores e gestores.
Além disso, 2021 marca a transição para essa nova grade curricular, já que, em 2022, muitas das mudanças propostas pelo Ministério da Educação precisam entrar em vigor.
Para ajudar a entender melhor esse momento e esclarecer algumas dúvidas, separamos oito mitos sobre a transformação e explicamos os motivos pelos quais essas afirmações não são verdadeiras. Acompanhe a seguir:
1. No Novo Ensino Médio, a educação será em tempo integral
A sugestão do Ministério da Educação de ampliar a jornada diária de estudos dos alunos do Ensino Médio ainda gera dúvidas. Por isso, é importante ressaltar que a Lei do Novo Ensino Médio não determina que as escolas passem a ter o ensino em tempo integral.
O que tem sido implementado, aos poucos, é a ampliação das matrículas em tempo integral. O Plano Nacional da Educação estabelece que, até 2024, 25% das escolas atendam em tempo integral. Entretanto, esse processo acontecerá progressivamente e sem obrigatoriedades.
2. A interdisciplinaridade não vai funcionar
O Novo Ensino Médio tem como objetivo integrar aprendizados e, assim, transformar o ensino. Isso acontece através da interdisciplinaridade, um processo que estabelece relações entre duas ou mais disciplinas. Assim, ela ajuda os alunos a conquistar conhecimentos mais integrados.
Se, por exemplo, o estudante aprender sobre o coronavírus de forma interdisciplinar, ele tem a chance de adquirir conhecimentos de Biologia, História e Geografia. Desse modo, o aprendizado é completo. A ideia é que isso traga mais autonomia para a jornada do aluno e que ele se sinta motivado a estudar os temas de sala de aula com profundidade.
3. Todos os alunos sairão do Novo Ensino Médio com Ensino Técnico
A interdisciplinaridade e a escolha de Itinerários Formativos ajudam o aluno a criar uma jornada de aprendizado única, onde ele desenvolve as próprias potencialidades e aptidões. Isso pode gerar a sensação de que ele sairá do Ensino Médio também com Ensino Técnico e, consequentemente, apto a atuar dentro da profissão escolhida, mas isso não é verdade!
Assim como já acontece, o Ensino Técnico é apenas mais uma alternativa para o aluno. Ele pode optar pela área que achar melhor ao se especializar e se vai ou não querer que o Ensino Técnico esteja alinhado ao Novo Ensino Médio.
4. As disciplinas vão acabar!
É preciso entender que, quando a BNCC fez a proposta de ensino por área, ela não determinou que os componentes curriculares deixassem de existir. Muito pelo contrário, há um fortalecimento da área e, consequentemente, das disciplinas que serão ensinadas.
A decisão de não ter um determinado componente curricular em um semestre ou ano escolar específico é uma decisão da escola, porque ela pode distribuir a Formação Geral Básica e os Itinerários Formativos da maneira que achar mais coerente. Sendo assim, podem existir períodos com mais disciplinas de Formação Geral Básica ou com mais Itinerários Formativos, mas todos os alunos terão acesso às duas formações durante os anos do Novo Ensino Médio.
Lembrando que as escolas devem cumprir 1.800 horas de Formação Básica e, no mínimo, 1.200 horas de Itinerários Formativos.
5. Professores perderão a carga horária
Não é verdade! Quando analisamos a proposta de ensino do Novo Ensino Médio, percebemos que há um aumento de carga horária para os alunos. Isso consequentemente eleva também o número de aulas dos professores.
É possível que os docentes percam algumas aulas na Formação Geral Básica, mas essa carga horária “perdida” será transferida para os Itinerários Formativos. Dessa forma, é importante que o professor pesquise quais serão os Itinerários aplicados na escola em que leciona e que procure entender quais são de seu interesse para assumir essas aulas.
6. Só Língua Portuguesa e Matemática são obrigatórias no currículo
O que foi colocado na Lei do Novo Ensino Médio é que Língua Portuguesa e Matemática são obrigatórias nos três anos, mas isso não quer dizer que os outros componentes curriculares não estejam presentes no Novo Ensino Médio. Bem pelo contrário, eles estarão presentes, sim!
7. Tudo vai virar Ensino a Distância (EAD)
A proposta do Novo Ensino Médio é de que apenas 20% da carga horária de ensino diurno possa ser EAD. Mas é preciso lembrar que o Ensino a Distância é responsabilidade da escola. É ela quem determina as parcerias firmadas, faz a tutoria e o acompanhamento e garante que essas aulas sejam efetivas para os alunos.
Vale a pena destacar que esse EAD tem como objetivo proporcionar mais opções para os alunos e também a superação das dificuldades do meio impresso. Além disso, a escola e o professor podem usar recursos digitais que seriam mais difíceis de serem aplicados em sala de aula.
8. O Novo Ensino Médio pode mudar caso o governo mude!
A proposta do Novo Ensino Médio tem sido pensada de maneira estratégica há muitos anos e se tornou uma Política de Estado (foi pensada por muitas instâncias do governo, analisada e planejada a longo prazo). Por isso, a transição é obrigatória e não é preciso temer por uma mudança abrupta com as mudanças de governo.
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