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A internet pode oferecer recursos interessantes para o desenvolvimento da vida escolar das crianças e adolescentes, facilitar a comunicação com amigos ou parentes distantes e garantir diversão para os momentos livres.
No entanto, precisa ser usada com cautela e, no caso de crianças e jovens, com a supervisão dos pais. Apesar de oferecer incontáveis possibilidades de conteúdos construtivos, há um lado da rede que precisa ser evitado.
Um levantamento feito pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil em 2019 mostrou que quase 90% crianças e adolescentes estão conectados à internet. Desses, 95% usam o celular como principal dispositivo de acesso.
E é sobre isso que vamos falar hoje. Aqui você vai encontrar os riscos que o excesso de telas pode provocar e algumas dicas para orientar as famílias dos alunos e garantir que o uso da internet seja saudável para as crianças e adolescentes. Confira!
Problemas causados pelo excesso de telas
O uso excessivo de computadores e celulares conectados à internet pode causar uma série de sintomas e doenças. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) lista alguns deles:
- transtornos do sono, como insônia;
- transtornos alimentares, como bulimia e anorexia;
- sedentarismo;
- obesidade;
- dores de cabeça;
- dores musculares relacionadas à postura;
- irritabilidade, agressividade e condutas violentas;
- ansiedade e depressão.
Alguns desses problemas são causados pelo tempo que a criança ou adolescente fica em inatividade, uma vez que passar muitas horas sentado, por exemplo, pode causar dores nas costas pela postura inadequada.
Outro risco que merece atenção são os problemas de fundo emocional e afetivo causados pelos conteúdos acessados. Por exemplo, o contato com conteúdos de emagrecimento e difusão de um corpo “ideal” aumenta os riscos de desenvolvimento de transtornos alimentares.
Oriente os pais a ficarem atentos também ao cyberbullying, que pode trazer consequências emocionais e sociais às crianças.
Quanto tempo de tela é recomendado para as crianças?
Estudos publicados pelo Grupo de Trabalho Saúde na Era Digital, da Sociedade Brasileira de Pediatria, indicam o tempo ideal de tela para cada faixa etária:
- menores de 2 anos – nenhum contato com telas ou videogames;
- dos 2 aos 5 anos – até uma hora por dia;
- dos 6 aos 10 anos – entre uma e duas horas por dia;
- dos 11 aos 18 anos – entre duas e três horas por dia.
Quais cuidados a família precisa tomar?
O cuidado dos pais e responsáveis é fundamental para que as crianças e jovens tenham uma experiência positiva ao acessar a internet. Pensando nisso, reunimos algumas dicas que podem ser seguidas pelas famílias.
Cuidar com a divulgação de fotos e informações pessoais
Postar fotos dos pequenos aprendendo algo novo, sorrindo e brincando é quase irresistível, não é? E não tem problema nenhum fazer isso, desde que alguns cuidados sejam tomados. O primeiro é restringir as redes sociais para que somente amigos possam ver suas publicações. Assim, as famílias têm o controle de quem são as pessoas que têm acesso às fotos de seus filhos.
Além disso, é necessário se certificar de alguns detalhes antes da postagem, como evitar fotos com uniforme escolar, ou que mostrem outros dados, como o endereço, os locais que a família costuma frequentar, entre outras informações.
É importante também orientar os adolescentes que já têm algum perfil em redes sociais a não compartilhar informações pessoais na internet nem se cadastrar em sites desconhecidos. O ideal é que qualquer cadastro que exija informações pessoais seja realizado por um adulto responsável.
Toda exposição deve ser feita com muito cuidado, pois não podemos controlar as intenções de quem está do outro lado da tela.
No que diz respeito à escola, postar as atividades das crianças é uma maneira de se aproximar das famílias e mostrar para a comunidade as atividades realizadas pelos alunos. Essa estratégia é muito eficiente para captar novos alunos, por exemplo. Porém, para essa exposição, é importante obter dos pais uma autorização prévia de uso de imagem. Caso eles não autorizem, a instituição deve respeitar a vontade da família.
Monitorar o acesso à internet
Independentemente da idade das crianças e adolescentes, é preciso monitorar o que eles fazem na internet, com quem falam, que sites acessam.
As crianças pequenas ainda não têm o discernimento do que é certo ou errado, portanto não podem escolher sozinhas o que vão ver na internet. A escola pode orientar a família a estar presente e garantir que elas acessem apenas conteúdos que estejam de acordo com sua idade e sejam saudáveis e educativos.
Além disso, o acesso precisa ser feito em locais visíveis aos pais ou professores, caso seja realizado na escola, já que, mesmo em sites direcionados às crianças, as propagandas e os conteúdos podem direcionar a locais inapropriados.
Lembre-se de que a família atenta diminui as chances de que a criança tenha uma experiência ruim na rede.
Avaliar o tipo de conteúdo que as crianças estão consumindo
Essa dica é mais abrangente que monitorar o que as crianças e adolescentes acessam na internet, pois muitas vezes o conteúdo acessado pode não ser ofensivo ou oferecer algum risco, mas também não é relevante, não acrescenta em nada para o desenvolvimento de quem o acessa.
Alguns conteúdos em sites e canais do YouTube, por exemplo, são relevantes e educativos, mas nem tudo que é acessado é para o aprendizado. Existem também muitos conteúdos saudáveis que podem ser acessados apenas por diversão.
Estabelecer um limite de uso
Esse ponto pode ser um desafio para algumas famílias. As crianças e adolescentes têm facilidade e intimidade com o mundo digital, mas é preciso equilibrar o tempo que elas passam expostas aos dispositivos eletrônicos, uma vez que o excesso de telas pode ser prejudicial para o desenvolvimento e a saúde.
Além disso, é preciso ter tempo para outras atividades, como brincadeiras com os amigos, esportes, atividades ao ar livre ou outras diversões.
Estabelecer quanto tempo as crianças e adolescentes podem usar o celular, o computador e outros dispositivos torna esse contato com a internet ainda mais saudável.
Verificar com quais pessoas as crianças têm contato on-line
As redes sociais permitem entrar em contato com diversas pessoas, em diferentes locais do mundo. Assim, oferecem uma oportunidade de manter contato com familiares e amigos que moram longe. Mas, como já destacamos, não é possível controlar as intenções de quem está do outro lado da tela. Infelizmente, nem todos são verdadeiros nesse ambiente e, em alguns casos, muitos adultos se fazem passar por crianças para manter um diálogo com crianças reais.
As novas tecnologias, com o uso de inteligência artificial, podem colaborar para a camuflagem dessas pessoas, que conseguem usar a voz ou até mesmo o rosto de pessoas próximas para abordar crianças e adolescentes.
Esse é o principal motivo pelo qual as famílias precisam estar sempre atentas e verificar com quem seus filhos têm conversado on-line. O ideal é que esse contato seja feito apenas com conhecidos e que não troquem mensagens com estranhos. Sempre que um novo contato for solicitado, os pais precisam ser comunicados.
Conversar sobre os hábitos e construir uma relação de confiança
O diálogo entre a família e a escola contribui para que as crianças e adolescentes compreendam os riscos que a internet oferece e saibam lidar com determinadas situações quando os responsáveis não estão por perto. Considere sempre a idade e a capacidade que eles têm de compreender o assunto, assim o processo vai ser mais saudável e produtivo para todos.
Curso Diálogos em Família
Com o objetivo de aproximar as famílias das escolas, a Conquista desenvolveu o curso Diálogos em Família, que abrange os segmentos da Educação Infantil ao Ensino Médio. Nos materiais, os professores vão encontrar orientações para trabalhar com os pais e responsáveis, oferecendo-lhes conhecimento e suporte para um relacionamento mais próximo com os filhos.
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