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O ambiente escolar é um reflexo direto da nossa sociedade. Por isso, a educação antirracista na escola é essencial para extinguir práticas sociais de violência e exclusão e para estimular movimentos de acolhimento e respeito à diversidade.
O racismo é um preconceito que influencia diretamente a autoestima e a autoconfiança de quem é atingido por ele. Isso dificulta e muito o processo de autoconhecimento e a construção da própria identidade.
As diversidades étnicas se refletem na escola, na cidade e na comunidade como um todo. Respeitá-las e reconhecê-las é uma das premissas de uma educação antirracista.
De acordo com o censo do IBGE de 2022, os brasileiros se declaram como:
- Pardos – 45,3%.
- Brancos – 42,8%.
- Pretos – 10,6%.
Apesar de a soma de pretos e pardos representarem a maioria no território nacional, eles permanecem em desvantagem por causa do racismo.
Para o preconceito deixar de ser regra, precisamos conhecer nossa própria história
As populações indígenas e negras passaram mais de 300 anos resistindo para terem suas vivências e culturas respeitadas.
Apesar disso, e mesmo depois da abolição da escravatura, a situação não mudou tanto assim, uma vez que pouco foi feito para de fato incluir esses grupos. E é claro que isso deixou marcas profundas nas estruturas sociais.
Estereótipos, desigualdades e exclusões fizeram e fazem com que direitos básicos de existência sejam constantemente negados a essas pessoas, e ainda geram uma normalização do preconceito.
Com muita luta e resistência desses povos, leis bem relevantes foram criadas na intenção de combater o racismo e garantir a segurança de todos que sofrem com ele. Ter uma educação antirracista na escola é uma forma de assegurar o reconhecimento desses direitos.
Inclusive, desde 2003, por meio da Lei n.º 10.639, é obrigatório que as escolas tenham na grade curricular o ensino de história e cultura africana e acrescentem no calendário escolar o Dia da Consciência Negra, que desde 2023 é feriado nacional.
Colocando em prática a educação antirracista, os professores também podem inserir mais representatividade negra nas referências culturais da aula e trazer para os alunos diferentes pontos de vista, incentivando, assim, o pensamento crítico.
Uma atividade que pode acrescentar e muito no entendimento da importância da cultura negra para a formação do Brasil é levar os alunos a mostras e exposições que falem sobre a cultura afro-brasileira.
O Museu Afro Digital Rio de Janeiro é uma dessas opções, e você pode visitá-lo sem sair de casa, sabia? É só acessar aqui!
A educação antirracista na escola e sua importância para o combate ao preconceito
O antirracismo é um conjunto de ações em ativa oposição ao racismo. Afinal, como afirma Angela Davis, filósofa e ativista do movimento negro estadunidense, não basta apenas não ser racista: é preciso ter também atitudes que combatam essa prática diretamente.
“O antirracismo pode produzir respeito, algo fundamental para que pessoas negras e indígenas, nos mais diferentes momentos da vida, não sejam tratadas como subalternas ou com estereótipos negativos”, afirma Guilherme Marcondes, professor adjunto do Departamento de Sociologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Para entender melhor o termo “antirracismo” e a importância da sua prática, a autora Djamila Ribeiro escreveu o livro “Pequeno Manual Antirracista”, no qual ela aborda tópicos essenciais para quem quer exercer o antirracismo na prática.
O autoconhecimento também nos prepara para conhecermos o outro
O desenvolvimento socioemocional desempenha um papel primordial em nossa vida, especialmente para a promoção do respeito e para a aceitação das diversidades.
“Quando nos conhecemos melhor, somos capazes de compreender nossos próprios sentimentos, valores e crenças. Isso nos permite ter uma visão mais clara de quem somos e de como isso influencia as interações que teremos com os outros”, conta Fabiola Cirillo, diretora socioemocional da Escola da Inteligência.
Cultivar no dia a dia as habilidades de empatia e respeito mútuo ajuda a nos colocar no lugar das pessoas e a entender as experiências delas, pois percebemos que todos têm histórias e vivências individuais.
Como (re)agir diante de situações de preconceito no colégio?
Antes de responder a essa pergunta, é preciso entender que o “comportamento preconceituoso em sala de aula pode se manifestar de diversas maneiras, a exemplo de comentários discriminatórios, piadas ofensivas e exclusão de determinados grupos sociais”, conforme explicado por Cirillo.
Então é crucial ter atenção: pais e alunos podem (e devem) conversar com os professores ou os coordenadores da escola, caso algo aconteça. Implantar uma educação antirracista também consiste em conscientizar o corpo docente e seus influenciadores.
Por meio de palestras, workshops e reuniões, é importante instruir toda a escola sobre o que se deve fazer em situações de discriminação.
Além disso, se a escola receber um aviso em relação a acontecimentos desse tipo, ela precisa agir. Uma das soluções é tentar incentivar o diálogo e mediar o ocorrido para que a pessoa entenda onde errou, por exemplo.
Em caso de escolas que oferecem suporte psicológico, os pais devem ser aconselhados a fazer um acompanhamento com os alunos envolvidos (tanto o autor quanto o alvo dessa ação).
Também é imprescindível ter em mente que o cyberbullying pode dar continuidade à violência. Por isso, professores e coordenadores precisam trazer o tema para discussão. Aqui no blog, já falamos sobre a necessidade de as famílias tomarem alguns cuidados na internet.
Assim, se presenciarem essa prática nas redes sociais, os alunos estarão preparados para conversar sobre o assunto e chamar quem pode ajudar a resolver.
E aí, como você incentiva uma educação antirracista na escola? Acesse já nossas redes (Facebook, Instagram, LinkedIn e YouTube) e conte para a gente. Agora, se você quer ter na palma da mão mais atualidades sobre o mundo da educação, continue acompanhando nosso blog!