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O Setembro Amarelo bateu na porta, e as ações e atividades sobre conscientização vieram com tudo também. Como já falamos em outro artigo, este é um mês dedicado à prevenção ao suicídio e demonstra a importância de falar sobre esse assunto.
Com a volta das aulas presenciais, é possível perceber os impactos que o isolamento causou na saúde mental de crianças e adolescentes. Não é à toa que produzimos várias lives e conteúdos durante o período, para conscientizar pais e filhos sobre saúde mental durante e após a pandemia.
E por que devemos falar sobre saúde mental na escola?
A escola é o lugar em que crianças e adolescentes passam boa parte do tempo no dia a dia. É lá onde nossos alunos constroem laços e interações que ajudam a formar sua personalidade e habilidades sociocognitivas.
Uma pesquisa divulgada pela Unicef em 2022 mostrou que, em todo o mundo, pelo menos 1 em cada 7 crianças e jovens de 10 a 19 anos convive com algum transtorno mental diagnosticado.
Partindo da ideia de que educar também é cuidar do outro, a Conquista trabalha levando em conta quatro pilares socioemocionais essenciais para a formação e a alfabetização além do tradicional.
O professor não é psicólogo, mas pode (e deve) ficar atento aos sinais!
É claro que a sua escola não é uma clínica terapêutica, mas a sala de aula pode ser um espaço importante para de que a saúde mental desses alunos está prejudicada.
Além disso, devemos sempre nos lembrar de que a escola é uma comunidade educativa formada por pais, educadores e alunos, portanto tudo deve se movimentar em sincronia.
Certo, mas como introduzir esse assunto com os alunos?
Sensibilidade faz toda a diferença na hora de tratar o tema da saúde mental: o diálogo é a melhor forma de resolver conflitos, e abrir uma roda de conversa pode ser o primeiro passo.
Você e sua equipe pedagógica precisam criar um ambiente seguro e acolhedor para que as crianças e os adolescentes falem de sentimentos e emoções, sem julgamentos ou tabus.
Trabalhe com familiaridade, proximidade e, principalmente, empatia!
Separamos aqui algumas dicas de como abordar saúde mental em sala de aula:
1 – Use exemplos e práticas próximas do cotidiano do aluno: essa ação demonstra que você está aberto a oferecer acolhimento.
2 – Compartilhe uma experiência pessoal e estimule a troca de vivências. Você também faz parte do processo.
3 – Pratique a escuta ativa e a Comunicação Não Violenta (CNV), uma técnica que traz mais empatia nas relações humanas, pessoais e profissionais.
Dica de ouro: use os personagens da Conquista para falar sobre saúde mental
Nossos personagens nasceram para ajudar você em sala de aula, principalmente quando o tema é desenvolvimento de habilidades socioemocionais. Você pode usá-los na educação infantil e fundamental, estimulando a criatividade e a sociabilidade entre as crianças.
Aliás, quando o assunto é saúde mental na sala de aula, Amorico é o personagem perfeito para essa missão. Ele nos encanta e nos inspira com seu jeito dócil e dedicado ao cuidar das coisas que ama.
Amorico pode ajudar as crianças a entender as próprias emoções e a expressá-las da melhor forma. Com a ajuda dele, você pode ensinar qual é o melhor jeito de resolver conflitos e se relacionar com os outros.
Você também pode usar os outros personagens para falar de saúde mental em sala de aula, relacionando-os aos sentimentos que eles expressam:
- Serelepe – sociabilidade
- Sabichão – resiliência e inteligência
- Serena – sabedoria e autorregulação
- Vitão – respeito e autoconhecimento
Temos um artigo completo ensinando formas de trabalhar os personagens em casa! Você pode se inspirar nesse conteúdo para usá-los também em sala de aula.
4 atividades e dinâmicas práticas sobre saúde mental para as diferentes idades
Se você ainda não sabe por onde começar a falar sobre saúde mental em sala de aula, reunimos aqui algumas dinâmicas que podem ajudar a incentivar a discussão sobre esse tema tão importante.
1 – Divertida Mente – o Filme: um jeito criativo de entender as emoções
Ensino Infantil e Fundamental II
Crianças ou adolescentes amam assistir a filmes e séries, então nada mais estimulante do que uma animação didática como “Divertida Mente”, para falar sobre saúde mental com os alunos.
Se você ainda não assistiu, o filme conta a história de Riley, uma menina que está prestes a se mudar de cidade com os pais e tem que lidar com todos os sentimentos que isso provoca em sua vida. Quando os sentimentos alegria e tristeza saem de cena, a vida da garota fica uma bagunça.
- Você pode passar o filme em sala de aula e logo em seguida abrir uma discussão sobre o tema sentimentos.
- Ou, se preferir, após a exibição, vocês podem trabalhar o conceito de sentimentos e a maneira de conviver com cada um deles, entendendo que até mesmo a tristeza tem sua importância.
2 – Escrevendo sentimentos
Fundamental II e Ensino Médio
Muita gente diz que escrever abre as janelas da alma. Que tal fazer uma dinâmica em que os alunos possam ser livres para escrever algo sobre sentimentos?
- Peça aos alunos para escreverem um texto sobre um momento ou uma situação em que se sentiram bem e sobre outro em que se sentiram desconfortáveis. Em seguida, peça para eles compartilharem quais sentimentos fizeram parte daquela sensação: alegria, medo, tristeza etc.
3 – Roda de conversa: um espaço seguro para compartilhar
Fundamental II e Ensino Médio
Convide um profissional para falar sobre a importância do Setembro Amarelo e a saúde mental. Depois de fazer uma rodada de perguntas, você pode montar uma roda de conversa com os alunos, a fim de discutir sentimentos, medos, aflições, sonhos, vontades, desejos etc.
4 – Leitura e interpretação de poemas
9º ano e Ensino Médio
Poemas são interessantes para trabalhar a interpretação de sentimentos que emanam da escrita. Você pode escolher uma obra de um artista contemporâneo ou clássico: por exemplo, de Cecília Meireles, com o poema “Retrato”, até Rupi Kaur, com seus poemas contemporâneos. Assim, você estimula a interpretação e a leitura a respeito de sentimentos que perpassam vários temas, como preconceito, depressão, medo, ansiedade etc.
Capacitação e aprendizado
Antes de colocar essas ações em prática, é importante capacitar e instruir os professores da sua escola a lidar com esse assunto da melhor forma possível.
Uma indicação de leitura é o livro “Saúde mental na escola: o que os educadores devem saber”, que reúne uma coleção de artigos sobre o assunto.
Em nosso canal do YouTube, você também encontra conteúdos com especialistas abordando o assunto. Temos uma live especial sobre o tema “Como trabalhar o socioemocional dos alunos e familiares diante da crise”, além de dicas práticas de como trabalhar o socioemocional em sala de aula.
Para saber mais sobre o universo da Educação, acesse outros artigos do Blog da Conquista e nossos perfis no Facebook e Instagram.