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Um dos grandes desafios em tempos de pandemia e isolamento social imposto pela Covid-19 está no bem-estar e cuidado com crianças e adolescentes. Com a mudança brusca em suas rotinas e a necessidade de se manter em casa, fora da escola e distante dos amigos, muitos deles podem ser afetados pelo chamado estresse tóxico. Você sabe o que é?
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), existem três tipos de estresse: o positivo, o tolerável e o tóxico. O fator em comum entre eles está na capacidade da criança de lidar com episódios negativos. Isso, claro, de acordo com a maturidade e estágio de seu desenvolvimento, além do apoio dado pela família nos momentos de estresse. Mas o que diferencia o estresse tóxico dos demais?
Identificando o estresse tóxico
Quando uma ou mais situações desafiadoras se tornam frequentes e intensas, há a possibilidade de o quadro estressante se tornar tóxico e afetar todos os envolvidos no processo, principalmente crianças e jovens. Pela exposição do organismo a períodos conturbados e de nervosismo, há a elevação dos hormônios do estresse, como o cortisol e a adrenalina, na infância − é a resposta fisiológica do corpo.
Segundo especialistas, a recomendação em um cenário como esse é observar atentamente a criança ou o jovem para identificar mudanças de comportamentos e hábitos. Confirmada a possibilidade de estresse tóxico, busca-se então auxílio para encontrar soluções.
O que o estresse tóxico causa
Quando o estresse se torna tóxico, as alterações físicas provocadas por ele apresentam consequências de sobrecarga do sistema cardiovascular e riscos à construção saudável da arquitetura cerebral das crianças.
Confira as principais consequências geradas por ele, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
A curto prazo:
- Transtornos do sono;
- Irritabilidade;
- Piora da imunidade;
- Medos.
A médio e longo prazos, maior prevalência de:
- Atrasos no desenvolvimento;
- Transtorno de ansiedade;
- Depressão;
- Queda no rendimento escolar;
- Estilo de vida pouco saudável na vida adulta.
É possível amenizar o estresse tóxico?
Em situações de possíveis sintomas que caracterizem um quadro de estresse tóxico, o grupo familiar aparece como grande aliado no controle dos impactos emocionais causados pelo isolamento social. E algumas medidas comportamentais podem contribuir para a preservação do bem-estar das crianças e dos adolescentes.
Confira abaixo algumas orientações e dicas importantes recomendadas aos pais na pandemia pelo Departamento Científico de Pediatria do Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria:
- Converse sobre as atividades necessárias do dia a dia, as necessidades básicas da casa, a divisão de tarefas e obrigações. Isso ajuda a organizar horários e evitar a sobrecarga a alguém.
- Dialogue em família sobre o papel de cada adulto em dar o suporte para que o estresse não se torne tóxico aos adolescentes e às crianças.
- Oriente os filhos de forma lúdica, com músicas, leituras e brincadeiras, a higienizar as mãos de maneira correta, espirrar com proteção, utilizar utensílios higienizados e evitar contato físico.
- Converse com eles sobre a situação atual, com linguagem simples e adequada a cada idade, de maneira tranquila. Reforce que as medidas são de prevenção, mas que tudo ficará bem.
- Procure dar espaço para que adolescentes e crianças expressem sentimentos e dúvidas em um ambiente acolhedor e de apoio mútuo.
- Mantenha a dieta e a ingestão de líquidos adequada a cada idade.
- Intercale períodos de atividades físicas para fazerem juntos. Circuitos feitos com travesseiros e garrafas plásticas, pular corda, dançar, artes marciais, entre outros, são bons exemplos.
- Defina horários para o uso de telas. Jogos on-line com amigos e videoconferências com os avós, por exemplo, podem ajudar a distrair as crianças de maneira saudável.
- Insira as crianças e adolescentes nas tarefas domésticas, respeitando a capacidade de acordo com a idade de cada um.
- Converse com eles para que respeitem os momentos em que adultos precisam trabalhar de forma mais concentrada. Tente sincronizar o horário com um filme ou uma atividade em que a criança não necessite de tanta supervisão.
- Evite expô-los a conteúdos inadequados. A maioria das informações repassadas pelas mídias são direcionadas para o público adulto e cabe aos pais e responsáveis limitar o acesso a elas.
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