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Com certeza você já deve ter escutado a palavra neurociência em algum lugar, mas você sabe do que se trata? É um campo novo da ciência, mas extremamente importante, que como o próprio nome sugere, estuda o cérebro humano. A partir dela, podemos entender como funciona o desenvolvimento cerebral, ou seja, como nós pensamos e aprendemos. E é justamente por isso que existe uma grande relação entre neurociência e educação.
Quando conhecemos melhor as estruturas do cérebro e o seu funcionamento, fica mais fácil traçar estratégias que potencializam o ensino. Inclusive, a neurociência tem derrubado muitas crenças a respeito do que sabemos sobre aprender. Já existem evidências científicas de que os seres humanos são capazes de receber conteúdos de diferentes formas e respondem de maneiras distintas aos estímulos que recebem.
E o que isso muda na prática?
Sabe aquela distinção que costumamos fazer entre razão e emoção? Em nosso cérebro, as coisas funcionam bem diferente. Sentimentos como medo ou alegria, por exemplo, são uma resposta de pequenas estruturas chamadas amígdalas, localizadas no miolo do cérebro. E quando recebemos estímulos que despertam essas emoções, ocorrem milhares de conexões entre as amígdalas e as partes do cérebro responsáveis pelo raciocínio, memória, concentração e cognição.
Agora, com base nesse mesmo raciocínio, pense na maneira como um conteúdo chega ao aluno na escola. Ele terá relação direta com seus colegas e professores, e será empacotado em emoções determinantes para o aprendizado. O importante não é o conteúdo, mas sim a função cerebral que ele é capaz de estimular e o fato de que essa mesma função pode ser estimulada de inúmeras formas.
Pesquisas sobre o funcionamento do cérebro de estudantes comprovam que afinidade, empatia e contato visual em sala de aula fazem a diferença. Essa mudança de abordagem que relaciona neurociência e educação está contemplada inclusive na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). As diretrizes do documento orientam que na Educação Infantil, por exemplo, tudo acontece por meio da interação e da brincadeira.
Falando em BNCC e emoções…
A aplicação da neurociência na educação tem relação direta com as competências gerais apontadas pela BNCC. Em linhas gerais, o objetivo delas é desenvolver capacidades socioemocionais consideradas essenciais na formação dos cidadãos do futuro.
Por isso é importantíssimo que, desde cedo, as escolas comecem a falar com as crianças sobre suas emoções e seus relacionamentos. Especialistas em neurociência, como a doutora em Ciências pela USP, Carla Tieppo, e o renomado cientista Miguel Nicolelis, acreditam que educadores devem evitar trabalhar baseados em regras ou na normatização das relações.
Para formar cidadãos tolerantes e com o senso crítico, a educação precisa proporcionar experiências que façam as crianças serem protagonistas do aprendizado. Assim, elas podem errar, arriscar e perceber o valor de ser humano. Contação de histórias e atividades em que os participantes trocam olhares são muito indicadas nesse sentido.
Por fim, é fundamental salientar que, apesar de não ocuparem mais o centro, pais e professores também têm um papel muito importante nesse processo. O exemplo e o compartilhamento de vitórias são fundamentais para a formação das sinapses e das associações cognitivas que as crianças carregarão para o resto de suas vidas.
Deu pra perceber que é até difícil falar em neurociência sem lembrar da educação, não é mesmo? Aqui no Blog da Conquista você pode acompanhar essa e outras abordagens que são tendência no ensino e na aprendizagem. Fique pode dentro das novidades também em nossos perfis no Facebook e Instagram.
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