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Cansa esgotar a paciência com os filhos e impor a autoridade de pai e mãe a todo momento, não é? Parece que não tem fim, mas acredite: praticar a comunicação não violenta (CNV) em casa te fará um adulto menos exausto emocionalmente, ao mesmo tempo que seu filho crescerá mais confiante e resiliente.
A comunicação não violenta, criada pelo psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg, é descrita como método, processo, linguagem e alternativa de resolução de conflitos. É recomendada para líderes, gestores, vendedores, diplomatas, professores, enfim, para humanos. Porque a CNV é sobre pessoas, sobre escutar e se expressar, sobre interagir com respeito e empatia.
Neste texto, com dicas para te ajudar a aplicar a comunicação não violenta em casa, você vai encontrar:
- os quatro elementos da comunicação não violenta;
- como praticar a comunicação não violenta em casa;
- o que evitar ao implementar a comunicação não violenta;
- um truque para tornar o resultado da comunicação não violenta mais eficaz.
Quatro elementos da comunicação não violenta
A CNV ajuda a interromper um padrão de julgamento e ameaça. Imagine, por exemplo, que a criança está esperneando ou agindo de uma maneira não adequada. Nesse caso, com a comunicação não violenta, os pais conseguirão manter o autocontrole em vez de soltar logo um “Só sabe fazer manha. Pode parar, senão…”.
Pelo contrário. O adulto reage de outra maneira, mais consciente e acolhedora, como: “Fico nervoso quando você grita. Entendo que está irritado. Vou esperar você se acalmar. Depois te dou um abraço, se você quiser”.
Perceba que, desse modo, o pai ou a mãe nomeia o que está sentindo (nervosismo) e explica o porquê. Da mesma forma, também entende a emoção da criança e diz o que ela deveria fazer (se acalmar). Por fim, deixa claro que não estava contra ela (ofereceu abraço). Demonstra limites sem aquele autoritarismo que aumenta a resistência do filho.
Observação, sentimento, necessidade e pedido são os quatro elementos da comunicação não violenta. Assim, lembre-se de usá-los como guias para ter clareza e agir em uma situação incômoda.
Pratique comunicação não violenta em casa
Antes de praticar a comunicação não violenta em casa, reconheça como você reage na hora da birra, do conflito, de ser ignorado ou contrariado pelo(a) filho(a). Inegavelmente, essa tomada de consciência já é um grande passo.
Ademais, é importante não confundir uma comunicação empática e acolhedora com permissividade. Não se trata de ser a mãe superboazinha ou o pai gente boa que nunca briga. Pelo contrário, é construir com respeito a autoridade de pai e mãe, é definir regras e acordos e também é dizer “não”. É ensinar o filho a ouvir, a colaborar e ser responsável.
Sem comparações
É comum comparar filhos, mas já se perguntou o que isso acrescenta na vida deles? Cada pessoa é única e o que ela tem de diferente é o que a torna marcante e especial. A comparação pode estimular a competição entre irmãos, gerar ciúmes e perda de identidade também. Em vez disso, valorize e elogie o que cada um faz com mais paixão.
Sem rótulos
“Meu filho é bagunceiro, o terror da escola.” “Minha sobrinha é uma princesa. É toda certinha.” “Que pessoa teimosa! Você não saiu de mim, não é possível.” Rótulos negativos e positivos são muito pesados para qualquer um carregar. Eles acabam definindo a pessoa e ela se apoia nisso para não mudar. Concorda que o ser humano pode ser várias coisas e ter diferentes habilidades?
Escuta e olhar
Como você se sente quando vai falar algo importante com seu chefe e ele nem olha para você? Ser ignorado não é legal em qualquer idade, então considere isso quando seu filho lhe pedir atenção. Se estiver ocupado(a) demais, olhe para ele e diga “Filho, sei que é importante para você, mas neste momento não consigo dar a atenção que você merece. Terminando aqui, vamos conversar”.
Ao educar filhos com a comunicação não violenta, eles se tornam mais resilientes, aprendem a reconhecer sentimentos, sentem-se mais seguros para agir, argumentar e acolher as pessoas. Inclusive, saberão lidar melhor com aquelas que não têm a mesma habilidade.
Lembre-se de que as figuras materna e paterna são espelhos para os filhos. Não perca tempo e comece a praticar a comunicação não violenta em casa. Para ver outras dicas, continue aqui no Blog da Conquista e acompanhe nossos perfis no Facebook e Instagram.
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